28.2.14

No Corpo Vazio

O vazio me preenche
como se eu tivesse profundidade;
rápido e diretamente,
ansiando algum perdão.

Não posso resistir à imensidão
por mais inofensiva que ela seja.

Acima de mim há um céu
que realmente parece ser um.
O azul pálido me encanta
e o branco irregular me define.

Não posso resistir ao tempo
por mais longo que ele seja.

Meu corpo não precisa
de outra superfície
a qual tocar…
– basta haver alma.

Não posso resistir à solidão
por mais sentimental que eu seja.

– por J. C. Gonçalves