I
A ausência do ar
afeta os pulmões,
que deixa de inflar
e mata o sujeito de ilusões.
A ausência o amor,
que não é tão fatal,
imortaliza o não emocional
e pondera se no céu o deve pôr.
Há uma saudade
tão murcha quanto às flores
e tão velha quanto à felicidade.
Há cores
que juntas pintam minha cidade
de elogios e dores.
II
Há um novo efeito:
arrepiante como o medo,
frágil desde cedo
e triste quando desfeito.
Há um novo agora
que chega à mente
e nela explora
tudo o que se sente.
A ausência de nós
infelicita o infeliz
quando não há prós.
A ausência do que fiz,
feita a sós,
inutiliza o que das flores se diz.
– por J. C.
Gonçalves
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