Sujam-se os dedos
enrugados
com os objetos
empoeirados.
Sujam-se as memórias
quando se fala das
vitórias.
– O ruído
é grande, mas o coração é mais.
Sou velho demais
para o mundo
e o mundo é velho
demais para mim.
Não pense que sou homem
profundo,
pois não o sou, pelo
menos, não assim.
– Tenho
tédio, e por isso te escrevo.
Sem mim a máquina
não se expressa
e, portanto, deixa
de existir com pressa.
Ó, por favor,
deixemos passar essa!
– Acabou,
Vicente, acabou! Tu se foste e agora eu vou.
Soa sempre em vão
tentar dizer seus
nomes com afeição.
Ó, por favor,
deixemo-los em paz então!
– por J. C.
Gonçalves
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