2.5.14

A Máquina Favorita

Sujam-se os dedos enrugados
com os objetos empoeirados.
Sujam-se as memórias
quando se fala das vitórias.

– O ruído é grande, mas o coração é mais.

Sou velho demais para o mundo
e o mundo é velho demais para mim.
Não pense que sou homem profundo,
pois não o sou, pelo menos, não assim.

– Tenho tédio, e por isso te escrevo.

Sem mim a máquina não se expressa
e, portanto, deixa de existir com pressa.
Ó, por favor, deixemos passar essa!

– Acabou, Vicente, acabou! Tu se foste e agora eu vou.

Soa sempre em vão
tentar dizer seus nomes com afeição.
Ó, por favor, deixemo-los em paz então!

– por J. C. Gonçalves

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