I
Visitávamos aquela
casa abandonada.
Gritávamos nossos
nomes por nada.
Corríamos pelas ruas
antes do anoitecer.
Esperávamos não nos
tornar aquele ser.
Sim, efêmera foi
nossa infância,
por isso, conto-a
com tanta elegância.
Não, não foi um
desperdício,
tampouco se tornou
um vício.
Muitos invejavam
nossa jovialidade
bem como nossa idade.
Muitos planejavam
nosso futuro;
sempre bom e mau, nunca puro.
II
Eles desapareceram
com os anseios dele.
Eles sequestraram os
sonhos dela.
Eles queimaram
minhas lembranças com uma vela.
Eles marcaram nossa macia
pele.
Em todos esses anos,
eu nunca imaginei
que envelhecer
fosse um problema a
se resolver.
e, olhando para
trás, nos vejo como insanos.
Pois bem, estamos
crescidos agora
e a infância deve se
tornar esquecível.
Contudo, isso nunca
será possível…
Lembrar-se de tudo
não será uma demora.
– por J. C.
Gonçalves
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