17.12.13

Amargura

Houve um dia
em que escolhi
morrer sozinho.
Sem histórias
para contar
ou paixões
para recordar.

Mas aí lembrei
que como homem
não vivi nada digno.
Agora pergunto eu:
por que morrer?

Cobraram-me tanto
do pouco que eu tinha,
que fui forçado a vender
minha própria felicidade
a fim de obter paz.

Houve outro dia
em que preferi
me tornar um fugitivo
a viver amargurado.
Eu seria perseguido,
porém, eu estaria feliz
junto à minha alma.

É notório
que o sorriso medíocre
de um homem qualquer
não pode ser substituído
por toda a riqueza deste mundo.

A menos que seja beleza natural,
não vale a pena apreciar
as cores da ascensão.

Mas houve um terceiro dia
em que me rendi
ao amargo do futuro…
sem questionar o porquê.

– por J. C. Gonçalves

2 comentários:

  1. Belos versos brancos! Cheios de questionamentos bem ao meu gosto, de duvidas e angustias cotidianas e existenciais. Gostei, me senti em casa.

    http://apoesiaestamorrendo.blogspot.com.br/

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