12.4.14

Na Estrada

Do alto do penhasco
vi teu corpo beijar
o chão com o asco
de quem despreza o ar.

Felizmente
eu estava em um sonho,
recordando-me de quem acompanho
e impedindo-o de ir mesmo que ele tente.

Às vezes era a solidão
seu desejo mais vão;
lamentando-se por viver,
mas sendo incapaz de morrer.

Ó terrível fim!
Na estrada te encontrei,
morto com tudo que te ensinei.
E tua dor me fez viver até por mim.

Ele encontrou uma solução melhor.
Ele não quis mudar.
Ele amenizou sua dor,
mas ele não quis esperar…

– por J. C. Gonçalves

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