Todos mentem como eu minto.
Todos sentem o que eu sinto.
Mas ninguém vê o que eu vejo.
Nasci tão seguro
de que nada mudaria meu futuro
ao ponto de desistir desse desejo.
Nasci alguém poético,
e por ser assim sintético,
não pude rimar em um lampejo.
Chorei em um oceano
todo o remorso de um ano.
E agora, de tédio bocejo.
Nasci no mar,
porém, dele nunca fiz meu lar.
Preferi viver em qualquer lugarejo.
Nasci assim,
sem medo de chegar ao fim;
triste mesmo quando eu arquejo.
Minhas frases são de bem,
pois não mais me têm.
Ó perdi até o pejo!
– por J. C. Gonçalves
Nenhum comentário:
Postar um comentário