21.4.14

Oceano de Remorso

Todos mentem como eu minto.
Todos sentem o que eu sinto.
Mas ninguém vê o que eu vejo.

Nasci tão seguro
de que nada mudaria meu futuro
ao ponto de desistir desse desejo.

Nasci alguém poético,
e por ser assim sintético,
não pude rimar em um lampejo.

Chorei em um oceano
todo o remorso de um ano.
E agora, de tédio bocejo.

Nasci no mar,
porém, dele nunca fiz meu lar.
Preferi viver em qualquer lugarejo.

Nasci assim,
sem medo de chegar ao fim;
triste mesmo quando eu arquejo.

Minhas frases são de bem,
pois não mais me têm.
Ó perdi até o pejo!

por J. C. Gonçalves

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